segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

A história de G (parte 3)

Uma hora vocês vão perceber que essa história não segue uma cronologia muito boa. Mas isso porque eu me lembro das coisas do jeito que minha cabeça deixa, o que acontece de uma maneira bastante torta. Já parou para tentar lembrar de como aconteceu algum dos seus sonhos? Eles nunca vêm à cabeça da maneira mais linear do mundo. E minhas lembranças são bem assim, porque essa história é um pouco "sonho".

Qualquer hora eu vou contar para vocês como eu entrei para o livro dos recordes como o cara que vai ser mais infeliz na vida por ter perdido uma oportunidade, mas hoje não estou com paciência para isso... depressão decidiu bater em minha porta novamente.

O mais engraçado disso tudo é que, por mais que eu me sinta deprimido por estar sem ela, não consigo deixar de conversar com ela, porque isso me acalma. Às vezes acho que minha paixão platônica é um mutante que me consome ao mesmo tempo em que me salva de ser consumido pelo fim.

Hoje comprei um livro de anotações pra levar pra Europa. Eu vou escrever sobre ela em cada cidade que eu chegar. Talvez essa seja a coisa mais babaca que vocês já leram, mas eu quero levar aquela menina para todos os países do mundo. Enquanto não posso fazer isso de verdade - e a verdade é que nunca poderei -, vou levando apenas em pensamentos. Poesia ruim, é mais ou menos assim que minha vida se resume.

A história de G (parte 2)

Parando para pensar, descobri que nunca estive em nenhum bar que fizesse ela estar mais perto de mim. Assim como nunca vimos shows juntos pelo underground da cidade. Nem mesmo ela saberia dizer como minha voz fica mais fina quando eu tento declamar alguma poesia ruim que eu tenha escrito num lapso da minha sanidade. E mesmo assim, é dela que eu lembro todas as noites - e também na maioria dos dias e madrugadas, que insistem em passar ainda devagar quando ela aparece.

A verdade é que meu grande amor, nunca foi um amor real. Ao contrário de ex-namoradas que encontrei pelos caminhos (geralmente os piores caminhos possíveis), com ela foram só desencontros. Sempre a data errada, a hora errada ou o local errado. Essa parte sempre variou bastante, mas o fator "pessoa errada" - no caso, eu - sempre foi bem relevante para esse relacionamento - ou falta completa de um.

Se eu tivesse de listar dez vezes que a vi, não saberia. Talvez nesses anos todos, tenhamos nos visto menos do que isso. Para ser bem sincero, eu só decorei o rosto dela porque pense nele diariamente. Não seria possível descrevê-lo somente com as memórias reais, que somam menos de 1% da nossa incessante necessidade de estar presentes nas vidas um do outro.

Ela sabe onde me encontrar a qualquer momento, talvez por isso ela seja uma das minhas melhores amigas. Como eu já disse antes, foi difícil aceitar que ela seria somente isso para o resto das nossas vidas. Quando penso com calma, noto que realmente não aceito isso como uma verdade absoluta. Dizem que a esperança é a última que morre, mas nesse caso ela já foi... o que havia sobrado era a dignidade, mas nem isso mais eu tenho.

Quem nunca se apaixonou sem conseguir dizer? Eu fiz isso no momento em que a vi pela primeira vez. É verdade que eu demorei para perceber isso, mas foi assim que aconteceu. Mas o que me mata é saber que nunca fomos a um bar juntos. Ela nunca viu meus olhos de álcool. Minha fala confiante e minha alma exposta. Ela nunca viu minha alma no álcool... A sinceridade é doce, apesar de a vida não ser.

domingo, 8 de janeiro de 2012

A história de G (parte 1)

Se você nunca soube o que é gostar de alguém a ponto de querer mudar o mundo só para conseguir mudar o fato de esse alguém não estar do seu lado. Se você nunca sonhou em ter certeza que uma certa pessoa queria realmente estar contigo. Se você não passou noites em claro pensando naquele sorriso... essa história não é para você.

Essa história é para quem soube que sofrer faz parte da vida e também que nem sempre as coisas caminham pela estrada que nós queremos. Infelizmente, às vezes os caminhos nem sequer existem, mas essa história é sobre alguém que nunca conseguiu entender que a estrada tinha sido fechada para aquele coração.

Melhores amigos... Às vezes você precisa saber quando deixar de lado o seu "querer". Mas essa história é sobre alguém que até hoje não aprendeu a "deixar pra lá". Melhores amigos... no começo você se contenta com isso só para conseguir ficar um pouco mais perto! Melhores amigos... acaba fazendo sentido no final das contas.

A vida não é um filme de Hollywood. Lá, os melhores amigos apagam os dois primeiros parágrafos e escrevem um final feliz. Aqui, nós precisamos aprender a amar "aquele caminho" de um modo tão intenso, que só assim para aceitar o fato de ele ser pra sempre o sorriso que só nos sorri nos sonhos... Essa história é sobre alguém que conseguiu - ou pelo menos tenta, diariamente.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Suicídio homeopático

Tinha uma faca e um revólver.
Tinha uma corda e um banquinho…
Tinha uma bomba amarrada,
tinha veneno… estou sozinho!

A situação era perfeita,
Pra acabar com minha dor…
Ia atirar na minha alma,
Arrancar meu desamor!

Só precisava de um gatilho,
Um empurrão… como eu queria.
Mas escolhi um suicídio homeopático,
chamado poesia!

Hate to love, but don't love to hate

Se você soubesse o tanto de vezes que já te matei aqui dentro. Vezes que gritei pra ver se parava de te escutar e começava a pensar de verdade. Te matei com minha saudade, com minha angústia e te afoguei com meu ódio que nunca existiu. Minha raiva poderia matar quarenta deles e noventa do outro, mas nem te assusta. Você continua sendo um ponto fraco.
Queria te matar de verdade, mas você sabe que eu não consigo... e continua voltando pra me atormentar... você sabe como fazer eu te odiar... e ama isso!
Eu odeio saber que ainda sinto o mesmo que sentia cinco anos atrás! Odeio saber que não posso voltar no tempo pra apagar tudo... mas odeio, principalmente, saber que o "tudo" só existe na minha versão dessa história...

Um novo começo

A vida continua a mesma,
assim como a morte.
O coração bate do mesmo jeito,
nem mais fraco, nem mais forte!

A vida continua a mesma,
assim como eu.
Mas o que antes gritava,
outra vez se escondeu.