terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Onde?

Não sei onde você escondeu tudo aquilo que nos restava até ontem. Ok, pra ser sincero eu não posso afirmar se foi realmente você que escondeu ou se eu deixei que tudo se perdesse. Onde está tudo aquilo? Onde foi parar o que nos conectava? Onde foi parar o nosso amor? Talvez eu tenha matado junto com aquela despedida que nunca deveria ter acontecido. Não posso dizer onde foi parar tudo aquilo... só sei que sinto falta!

domingo, 16 de setembro de 2012

Já se foram seis anos

Uma vez por semana eu acordo e envio uma mensagem desejando que tudo dê certo. Eu só quero estar por perto e dizer a ela que seja a protagonista mais feliz. Mas não foi o que ela quis. Ela quis estrelar em outras páginas que não iam me agradar. Ela decidiu ser texto de um autor que nem mesmo sabe empunhar o verbo "amar". E por saber que ele nunca vai conseguir te conjugar como eu fiz, é que eu resolvi te amar pra sempre e fazer você feliz. Mesmo que você nunca vá saber disso. Já se foram seis anos, G. Em setembro se completam os seis anos.

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Velório

O violão ainda toca as mesmas notas que saíam naquela noite em que acendemos as velas pela última vez. É verdade que depois dele, ninguém nunca ousou apertar as cordas ou mesmo tentar empunhá-lo. Pouca coisa mudou desde que ele partiu, pouca coisa mudou desde que ele resolveu que todos nós seríamos seu último paradeiro. Não tenho certeza se ele realmente partiu para sempre ou se alguma dia desses vamos vê-lo nos jornais, como se fosse um daqueles milagres que só acontecem quando estamos longe. Não tenho certeza de mais nada, pois a única certeza que eu tinha partiu junto com meu par de óculos e aquelas botas. Bons tempos em que elas trilhavam o caminho de casa, mas agora só trilham caminhos que ninguém consegue ver... Ou então não estão trilhando caminho nenhum, o que faria com que todas as minhas crenças fossem enterradas junto com ele.

Lápides não são o melhor lugar do mundo para se lembrar de alguém, pelo simples fato de que elas nos fazem esquecer de tudo o que existe de ruim na Terra. Se você quer que as pessoas falem bem de você, peça para que elas vão dar o testemunho em cima de seu cadáver, d'outra forma você será escurraçado pelas palavras de quem provavelmente finge que te ama. Mas com ele era diferente... Nunca houve qualquer fingimento ou qualquer outra forma de falsidade ou pudor moral. Os cigarros não precisavam ser disfarçados, os vinhos não precisavam custar mais do que alguns trocados e a música não precisava parecer culta, pois ele sempre foi cru como nós gostávamos que as pessoas fossem. Nós somos crus, na verdade eu penso que todos são, mas nem todos conseguem admitir que não quiseram ser polidos pelo tempo. Éramos apenas alguns amigos antes que ele chegasse e nos tornamos o inferno doce quando ele partiu. Lágrimas não vieram no primeiro adeus, mas a fumaça da sinceridade alcoólica sempre faz os olhos ficarem marejados. É verdade que a vermelhidão os esconde, mas ainda assim podemos sentir o que está por trás dos tremores dos lábios.

Ele partiu e não nos disse adeus. Não revelou se voltaria, apenas se foi sem avisar. Não consigo entender qual a razão para a partida, pois todos nós o tratávamos como parte da família ou às vezes muito mais do que isso. Nós realmente gostávamos dele por perto e isso não acontecia por nenhuma obrigação. Se eu for bem sincero, a única obrigação que tínhamos nessa história era a de lutarmos para que ele continuasse por aqui. Afinal de contas, era ele que nos fazia esquecer que havia dor do lado de fora e - principalmente - que havia algo além daquela felicidade, que mesmo sendo pouca, ainda nos deixava continuar.

Não gosto de lembrar do dia em que, pela primeira vez, não o encontramos assim que chegamos em casa. A culpa corroía todos os rostos envolvidos e era mais fácil gritar que não havia o que ser feito do que realmente buscar alguma solução. Você estava escondido no meio dos nossos sonhos e, sem saber, estava fazendo com que os pesadelos viessem até nós. O que seria de nós sem você? Você nunca parou para pensar que estava fazendo parte das nossas vidas e que ir embora significaria o fim de tudo o que eu acredito? Onde você se meteu naquele dia? Depois daquilo começou a ser constante a sensação de que você estava pronto para ir embora e nunca mais voltar. Como a gente costumava dizer, você era o curativo sendo arrancado devagar, sem qualquer pressa de nos deixar, mas já sem a cola que faria você ficar pra sempre. E doía perceber que a cada milímetro arrancado, aquele curativo começava a se tornar uma distância que jamais poderia ser revertida. A sensação de que você estava indo embora não ajudou meu coração a se acalmar e a cada abraço a dor aumentava. A sensação de que você estava prestes a partir vinha junto com a sensação de que aquele seria o "último abraço". Depois daquilo também veio o "último beijo" e a dor que rasgava as almas enquanto você nos separava não foi nada agradável. Uma porta se fechando, um elevador que demora anos para descer poucos andares e um portão batido com a palavra "eternidade" sendo enterrada. Essa não foi enterrada contigo, porque você fez questão de nos mostrar que não poderia estar perto de qualquer palavra que mostrasse um futuro. E "ele" se torna "você".

Já faz quase um ano que você se foi e ainda assim o violão toca aquela música que nos fazia parecer algo de verdade. Não entende porque nenhum de nós jamais conseguiu tocar aquela música do jeito certo, mas você fazia ela parecer perfeita. Já faz quase um ano que você se foi e eu ainda sinto sua falta a cada dia. É difícil quando você percebe que já não sabe qual é a semana certa, porque perdeu as contas de quantas garrafas foram derrubadas no caminho daquela casa até a sua lápide. Já faz quase um ano que eu sinto a sua falta. Mas o que mais me dói é saber que mesmo que algumas coisas voltem a ser como eram antes, sem você por perto nós seremos apenas dois.
É horrível admitir, Amor... mas você morreu!

domingo, 6 de maio de 2012

Imperfeições

Imperfeição é um bem comum nas nossas vidas, mas na de quem não é? Eu, por exemplo, me escondi num orgulho sem sentido para nunca mais chorar. E talvez nem adiante tentar me abraçar, porque as lágrimas não saem mais dos meus olhos. Não julgo isso como frieza, mas como uma fraqueza que, certamente, ainda vai me causar um ataque cardíaco.

Onde você estava quando eu precisava de você? Sua imperfeição é sumir e a minha é deixar tudo de lado quando você volta... Minha imperfeição é achar que você está voltando, quando a sua te leva pra mais longe de mim! Será que somos tão imperfeitos que não somos capazes de deixar que nossos defeitos se conheçam direito?'

Eu, no alto de minha imperfeição humana, consegui me transformar em algo que sempre detestei. Mas quem é que consegue continuar para sempre com os mesmos anseios? Não entendo os motivos que fazem você ficar aqui dentro. A verdade é que não consigo entender por que é que não te arranco de uma vez por todas. Por que você precisa ser imperfeita do pior jeito de todos? Você é imperfeita fugindo pra sempre. E eu sou imperfeito tentando te alcançar.

Em algum momento da sua vida, eu sei que você vai estar pensando em mim... Essa é a sua imperfeição, você pensa em nós de tempos em tempos! Talvez aquela bloco de concreto gelado sirva para você lembrar de tudo, do mesmo jeito que acontece comigo! Só espero que você não passe por lá todos os dias... posso garantir que machuca bastante!

Chá com bolachas

Lembra como era fácil viver nos tempos do chá com bolachas? A gente chegava da escola e se enrolava na coberta pra assistir a qualquer filme que estivesse passando! Era tão mais simples viver nos tempos em que as histórias de amor (e, principalmente, as de dor) só aconteciam com os adultos. Era tão mais simples achar que a felicidade poderia realmente existir... às vezes até achávamos que ela poderia ser eterna.

A gente cresce e acaba desejando coisas parecidas... passar a semana na faculdade e aproveitar o sábado pra se enrolar na coberta e assistir a qualquer coisa, desde que seja acompanhado daquela pessoa que uma hora vai te olhar com olhos baixos e amedrontados de quem nunca disse algo sobre o amor. Aproveitar os poucos momentos de descanso com o que realmente importa. A gente saber que a felicidade não pode ser eterna, mas pelo menos acredita que ela ainda possa existir...

O tempo passa e os desejos vão ficando pra trás... até que chega um momento em que você passa a semana trabalhando, pra chegar no sábado e lembrar que aqueles olhos doces decidiram ser a fonte pra outros sorrisos... O chá com bolachas se torna um pedaço esquecido do passado, junto com a esperança que tínhamos quando nos enrolávamos na coberta naqueles anos sem preocupações! Não sei por que a gente precisa crescer, se isso só faz as coisas ficarem piores.

No mundo perfeito, crescer é proibido e fazer falta é crime inafiançável!

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Chove aqui dentro

Chove lá fora,
mais uma vez.
Pra mim é cinza,
durante todo o mês.

Mesmo que faça sol,
ainda é frio, sem cor.
Você passou há tanto,
e ainda sinto a dor.

Inundações me cercam,
aqui dentro de mim.
Lá fora a chuva passa,
mas aqui não tem fim.

A verdade é que estamos cercados!

Nossas drogas chegaram ao fim,
nossos sentidos fugiram de nós.
Nós chegamos ao fundo do poço,
e lá em cima ficou nossa voz!

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

A história de G (parte 3)

Uma hora vocês vão perceber que essa história não segue uma cronologia muito boa. Mas isso porque eu me lembro das coisas do jeito que minha cabeça deixa, o que acontece de uma maneira bastante torta. Já parou para tentar lembrar de como aconteceu algum dos seus sonhos? Eles nunca vêm à cabeça da maneira mais linear do mundo. E minhas lembranças são bem assim, porque essa história é um pouco "sonho".

Qualquer hora eu vou contar para vocês como eu entrei para o livro dos recordes como o cara que vai ser mais infeliz na vida por ter perdido uma oportunidade, mas hoje não estou com paciência para isso... depressão decidiu bater em minha porta novamente.

O mais engraçado disso tudo é que, por mais que eu me sinta deprimido por estar sem ela, não consigo deixar de conversar com ela, porque isso me acalma. Às vezes acho que minha paixão platônica é um mutante que me consome ao mesmo tempo em que me salva de ser consumido pelo fim.

Hoje comprei um livro de anotações pra levar pra Europa. Eu vou escrever sobre ela em cada cidade que eu chegar. Talvez essa seja a coisa mais babaca que vocês já leram, mas eu quero levar aquela menina para todos os países do mundo. Enquanto não posso fazer isso de verdade - e a verdade é que nunca poderei -, vou levando apenas em pensamentos. Poesia ruim, é mais ou menos assim que minha vida se resume.

A história de G (parte 2)

Parando para pensar, descobri que nunca estive em nenhum bar que fizesse ela estar mais perto de mim. Assim como nunca vimos shows juntos pelo underground da cidade. Nem mesmo ela saberia dizer como minha voz fica mais fina quando eu tento declamar alguma poesia ruim que eu tenha escrito num lapso da minha sanidade. E mesmo assim, é dela que eu lembro todas as noites - e também na maioria dos dias e madrugadas, que insistem em passar ainda devagar quando ela aparece.

A verdade é que meu grande amor, nunca foi um amor real. Ao contrário de ex-namoradas que encontrei pelos caminhos (geralmente os piores caminhos possíveis), com ela foram só desencontros. Sempre a data errada, a hora errada ou o local errado. Essa parte sempre variou bastante, mas o fator "pessoa errada" - no caso, eu - sempre foi bem relevante para esse relacionamento - ou falta completa de um.

Se eu tivesse de listar dez vezes que a vi, não saberia. Talvez nesses anos todos, tenhamos nos visto menos do que isso. Para ser bem sincero, eu só decorei o rosto dela porque pense nele diariamente. Não seria possível descrevê-lo somente com as memórias reais, que somam menos de 1% da nossa incessante necessidade de estar presentes nas vidas um do outro.

Ela sabe onde me encontrar a qualquer momento, talvez por isso ela seja uma das minhas melhores amigas. Como eu já disse antes, foi difícil aceitar que ela seria somente isso para o resto das nossas vidas. Quando penso com calma, noto que realmente não aceito isso como uma verdade absoluta. Dizem que a esperança é a última que morre, mas nesse caso ela já foi... o que havia sobrado era a dignidade, mas nem isso mais eu tenho.

Quem nunca se apaixonou sem conseguir dizer? Eu fiz isso no momento em que a vi pela primeira vez. É verdade que eu demorei para perceber isso, mas foi assim que aconteceu. Mas o que me mata é saber que nunca fomos a um bar juntos. Ela nunca viu meus olhos de álcool. Minha fala confiante e minha alma exposta. Ela nunca viu minha alma no álcool... A sinceridade é doce, apesar de a vida não ser.

domingo, 8 de janeiro de 2012

A história de G (parte 1)

Se você nunca soube o que é gostar de alguém a ponto de querer mudar o mundo só para conseguir mudar o fato de esse alguém não estar do seu lado. Se você nunca sonhou em ter certeza que uma certa pessoa queria realmente estar contigo. Se você não passou noites em claro pensando naquele sorriso... essa história não é para você.

Essa história é para quem soube que sofrer faz parte da vida e também que nem sempre as coisas caminham pela estrada que nós queremos. Infelizmente, às vezes os caminhos nem sequer existem, mas essa história é sobre alguém que nunca conseguiu entender que a estrada tinha sido fechada para aquele coração.

Melhores amigos... Às vezes você precisa saber quando deixar de lado o seu "querer". Mas essa história é sobre alguém que até hoje não aprendeu a "deixar pra lá". Melhores amigos... no começo você se contenta com isso só para conseguir ficar um pouco mais perto! Melhores amigos... acaba fazendo sentido no final das contas.

A vida não é um filme de Hollywood. Lá, os melhores amigos apagam os dois primeiros parágrafos e escrevem um final feliz. Aqui, nós precisamos aprender a amar "aquele caminho" de um modo tão intenso, que só assim para aceitar o fato de ele ser pra sempre o sorriso que só nos sorri nos sonhos... Essa história é sobre alguém que conseguiu - ou pelo menos tenta, diariamente.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Suicídio homeopático

Tinha uma faca e um revólver.
Tinha uma corda e um banquinho…
Tinha uma bomba amarrada,
tinha veneno… estou sozinho!

A situação era perfeita,
Pra acabar com minha dor…
Ia atirar na minha alma,
Arrancar meu desamor!

Só precisava de um gatilho,
Um empurrão… como eu queria.
Mas escolhi um suicídio homeopático,
chamado poesia!

Hate to love, but don't love to hate

Se você soubesse o tanto de vezes que já te matei aqui dentro. Vezes que gritei pra ver se parava de te escutar e começava a pensar de verdade. Te matei com minha saudade, com minha angústia e te afoguei com meu ódio que nunca existiu. Minha raiva poderia matar quarenta deles e noventa do outro, mas nem te assusta. Você continua sendo um ponto fraco.
Queria te matar de verdade, mas você sabe que eu não consigo... e continua voltando pra me atormentar... você sabe como fazer eu te odiar... e ama isso!
Eu odeio saber que ainda sinto o mesmo que sentia cinco anos atrás! Odeio saber que não posso voltar no tempo pra apagar tudo... mas odeio, principalmente, saber que o "tudo" só existe na minha versão dessa história...

Um novo começo

A vida continua a mesma,
assim como a morte.
O coração bate do mesmo jeito,
nem mais fraco, nem mais forte!

A vida continua a mesma,
assim como eu.
Mas o que antes gritava,
outra vez se escondeu.