domingo, 6 de maio de 2012

Chá com bolachas

Lembra como era fácil viver nos tempos do chá com bolachas? A gente chegava da escola e se enrolava na coberta pra assistir a qualquer filme que estivesse passando! Era tão mais simples viver nos tempos em que as histórias de amor (e, principalmente, as de dor) só aconteciam com os adultos. Era tão mais simples achar que a felicidade poderia realmente existir... às vezes até achávamos que ela poderia ser eterna.

A gente cresce e acaba desejando coisas parecidas... passar a semana na faculdade e aproveitar o sábado pra se enrolar na coberta e assistir a qualquer coisa, desde que seja acompanhado daquela pessoa que uma hora vai te olhar com olhos baixos e amedrontados de quem nunca disse algo sobre o amor. Aproveitar os poucos momentos de descanso com o que realmente importa. A gente saber que a felicidade não pode ser eterna, mas pelo menos acredita que ela ainda possa existir...

O tempo passa e os desejos vão ficando pra trás... até que chega um momento em que você passa a semana trabalhando, pra chegar no sábado e lembrar que aqueles olhos doces decidiram ser a fonte pra outros sorrisos... O chá com bolachas se torna um pedaço esquecido do passado, junto com a esperança que tínhamos quando nos enrolávamos na coberta naqueles anos sem preocupações! Não sei por que a gente precisa crescer, se isso só faz as coisas ficarem piores.

No mundo perfeito, crescer é proibido e fazer falta é crime inafiançável!

Um comentário:

  1. A gente cresce e perde tanta coisa. A vida fica mais dura, a gente também. Os sonhos evoluem mais do que a gente às vezes, aquela angústia de não poder ser tudo o que se quer, tudo o que se é. Aquela angústia de ver que deixamos de sonhar em ser jogador de futebol, de se divertir com uma simples corrida, de exigir tanto da vida, mais até do que a gente pode oferecer. Aquele medo de chorar ou de rir, aquela mania de pensar demais em tudo.

    Mas a vida guarda surpresas. A gente perde muita coisa, mas não perde tudo. Ganhamos tanto, ganhamos mais, é só saber olhar certo.

    Agora eu tô ouvindo o Belchior nos dizer pra que deixemos de tristeza e pra que cuidemos da vida, senão chega a morte ou coisa parecida e nos arrasta moço, sem ter visto a vida.

    (:

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